Em fevereiro, uma situação pouco comum ocorreu no futebol. O então goleiro do Corinthians, Cássio Ramos – que agora joga no Cruzeiro após encerrar seu contrato com o clube paulista – deu uma dura entrada em Rony, camisa 10 do Palmeiras. Na ocasião, o juiz considerou que o lance foi violento, o que rendeu a Cássio uma expulsão. Mas, o que acontece se o goleiro for expulso? Simples: como qualquer outro jogador, ele tem que sair de campo.
E como fica a substituição? Bem, uma vez que os defensores não estão imunes a este tipo de punição, entenda a seguir como ocorre substituição de goleiros no futebol.
O que acontece se o goleiro for expulso?
Seja por um cartão vermelho ou pelo duplo amarelo, o livro de regras do futebol é bem claro: se o goleiro for expulso, a equipe pode substituir o defensor por um reserva. Ou então, colocar um jogador de linha no gol, mas deve respeitar o limite de substituições permitido.
No caso de Cássio Ramos, por exemplo, a expulsão ocorreu aos 44 minutos do segundo tempo. Àquela altura, o Corinthians já havia feito todas as substituições permitidas ao longo da partida. A solução para o técnico, então, era escolher dentre os dez jogadores ainda presentes em campo qual iria para o gol ficar no lugar de Cássio.
Na ocasião, o atacante Yuri Lima se ofereceu para assumir o posto de defesa. Contudo, devido à altura, ficou com o zagueiro Gustavo Henrique a responsabilidade de defender o gol do time até o juiz dar o apito final na partida. Contudo, não é só no Brasil que este tipo de situação ocorre.
Outro exemplo famoso de goleiro expulso e sua substituição aconteceu com Jens Lehmann, expulso na final da Liga dos Campeões de 2006. Na ocasião, ele defendia o Arsenal, e foi expulso ainda no início da partida contra o Barcelona após interceptar de forma violenta uma arrancada do camaronês Samuel Eto’o na entrada da área. Assim, o Arsenal perdeu de virada por 2 a 1.
Regras da CBF para substituição do goleiro
O livro de regras 2023/2024 da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determina que qualquer jogador – inclusive o goleiro – pode receber um cartão vermelho como punição. Isso quer dizer que qualquer um pode ser expulso, inclusive qualquer membro da própria comissão técnica pode levar cartões amarelo ou vermelho.
O juiz aplicará a penalidade em caso de conduta antidesportiva, atitude violenta, utilizar linguagem abusiva ou cometer outros tipos de infração em campo. E o mesmo manual determina como a arbitragem deve proceder nas situações em que o goleiro for expulso.
Substituição do goleiro durante a partida
Assim como qualquer outro atleta que seja obrigado a deixar o jogo, independentemente do motivo de tal decisão, o time punido ficará com um jogador a menos em campo. Contudo, podem ocorrer duas diferentes situações: o time ainda tem substituições disponíveis ou já realizou todas as que tinha direito.
Caso o time ainda tenha substituições a fazer, a solução é mais simples. Isso porque o técnico pode optar pela saída de algum dos jogadores que estejam em campo. E, assim, realizar uma substituição deste pelo goleiro reserva.
Quando um jogador assume a linha do gol
No caso do técnico já ter feito todas as trocas permitidas, a solução é um pouco mais complexa. Isso porque, em vez do goleiro reserva entrar em campo para assumir a posição, será preciso escolher um dentre os dez jogadores em campo para defender a linha do gol.
Além disso, caso a partida precise ir para a disputa de pênaltis, as consequências da expulsão do goleiro podem ser ainda mais complicadas. Acontece que apenas os atletas que estavam em campo no momento do apito final do juiz podem ir para as cobranças. Ou seja, nos casos em que o goleiro foi expulso, ele não poderá retornar para as cobranças. Assim, deverá ser substituído por um jogador apto a participar da disputa de pênaltis.
O goleiro reserva pode entrar em campo a qualquer momento?
Como dito anteriormente, o goleiro reserva pode ser acionado somente no caso do time ainda ter alguma substituição disponível. Ele pode, inclusive, entrar em campo para assumir outras posições. Isso ocorreu, por exemplo, no campeonato Potiguar de 2023, quando o Força e Luz perdeu para o ABC.
Na ocasião, o time derrotado tinha apenas 13 atletas inscritos no torneio. Quando o zagueiro Nildo se lesionou, o técnico do Força e Luz se viu obrigado a colocar o goleiro Ruan como atacante.