Cafu no São Paulo representa uma das passagens mais marcantes de sua carreira e da história do clube. Entre 1989 e 1994, ele se destacou como um dos principais jogadores do time, ajudando o Tricolor Paulista a conquistar títulos históricos e deixando um legado que permanece até hoje. Relembre a trajetória!
O começo da carreira de Cafu no São Paulo
Marcos Evangelista de Morais, mais conhecido como Cafu, iniciou sua carreira profissional no São Paulo em 1989. A princípio, ele atuava como ponta-direita, isto é, no ataque, posição em que demonstrava velocidade e capacidade ofensiva.
No entanto, com a chegada do técnico Telê Santana ao São Paulo em 1990, sua carreira tomou um rumo decisivo. Reconhecendo o potencial defensivo e a resistência física de Cafu, Telê o reposicionou como lateral-direito. Essa mudança permitiu que ele explorasse plenamente sua versatilidade.
A transição de atacante para lateral-direito foi um marco na trajetória de Cafu, permitindo-o desenvolver características que o consagrariam no futebol mundial. Sua capacidade de apoiar o ataque sem comprometer a defesa se tornou uma de suas principais virtudes.
Essa adaptação não apenas solidificou sua posição no São Paulo, mas também abriu caminho para sua futura liderança na Seleção Brasileira, onde se destacou como um dos maiores laterais de todos os tempos.
Telê Santana foi um personagem essencial nesse processo. O treinador, conhecido por valorizar jogadores técnicos e disciplinados, enxergou em Cafu a oportunidade de moldar um lateral moderno.
Sob seu comando, Cafu absorveu princípios táticos e aprimorou aspectos como o tempo de cobertura defensiva e o momento certo para avançar ao ataque. A decisão, vista como inovadora na época, se revelou fundamental, posteriormente, tanto para o clube quanto para o jogador.
O auge de Cafu no São Paulo
Entre os anos de 1991 e 1993, então, Cafu viveu um período vitorioso no São Paulo. Durante sua passagem, o clube conquistou dois Campeonatos Paulistas (1991 e 1992), um Campeonato Brasileiro (1991), duas Copas Libertadores (1992 e 1993) e dois Mundiais Interclubes (1992 e 1993).
O Campeonato Paulista de 1992 exemplifica sua relevância. Isso porque, na primeira partida da final contra o Palmeiras, Cafu marcou um gol e deu três assistências, sendo essencial na vitória por 4 a 2.
Devido à sua capacidade de decidir jogos em momentos cruciais, sua importância para o time se evidenciou cada vez mais. Além disso, ele destacou-se em partidas difíceis ao longo da competição, sempre oferecendo opções ofensivas sem deixar a defesa desguarnecida.
A consagração na Libertadores de 1992
A Libertadores de 1992 foi um marco na carreira de Cafu. Atuando como lateral-direito, ele equilibrou com perfeição o apoio ao ataque e a solidez defensiva. A final contra o Newell’s Old Boys, decidida nos pênaltis após uma vitória por 1 a 0, demonstrou sua frieza em momentos decisivos.
Cafu converteu sua cobrança, enquanto Zetti defendeu a última batida adversária, selando o primeiro título continental do São Paulo. Durante toda a competição, o lateral-direito foi uma das peças mais utilizadas por Telê Santana.
Sua capacidade física o permitia percorrer grandes distâncias, enquanto sua habilidade técnica criava oportunidades ofensivas importantes.
Protagonismo internacional
No Mundial Interclubes de 1992, disputado em Tóquio, Cafu teve papel fundamental na vitória do São Paulo sobre o Barcelona. Sua participação foi decisiva no segundo gol, quando rolou a bola para Raí marcar o tento da virada por 2 a 1.
Como resultado não apenas de suas atuações, o Tricolor se tornou uma referência global e projetou o lateral para novos patamares em sua carreira.
Além desse destaque individual, a conquista mundial representou um momento histórico para o futebol brasileiro. O Barcelona, então favorito, não encontrou soluções para conter Cafu e o time de Telê Santana. O lateral-direito, com sua atuação completa, foi considerado um dos principais nomes da partida.
A polêmica saída de Cafu do São Paulo
Apesar de uma trajetória vitoriosa no clube, a saída de Cafu em 1995 gerou uma das maiores polêmicas entre jogador e torcida. O lateral saiu em transferência para o Real Zaragoza, da Espanha, em uma negociação que muitos enxergaram como uma ponte para o Palmeiras, rival do São Paulo.
Na época, o Verdão contava com o forte apoio financeiro da Parmalat, o que intensificou o desconforto entre torcedores tricolores. E, para impedir a transferência direta para o rival, a diretoria do São Paulo estipulou uma multa de 3,6 milhões de dólares. Contudo, a FIFA (Federação Internacional de Futebol) interveio e determinou que o clube recebesse apenas um milhão de dólares.
A revolta aumentou ainda mais quando Cafu participou de eventos comemorativos do São Paulo, como o aniversário de 30 anos do Mundial de 1992. Muitos torcedores enxergaram sua presença como incoerente com a polêmica da época, reforçando a imagem de um relacionamento desgastado.