O Jiu Jitsu é uma arte marcial que enfatiza a flexibilidade e a suavidade e que deu origem a dois ramos principais: o Jiu Jitsu Japonês e o Jiu Jitsu Brasileiro (BJJ). Apesar de suas raízes comuns, cada estilo evoluiu de maneira distinta.
Conheça a principal diferença entre Jiu-Jitsu brasileiro e japonês.
Quais são as diferenças entre Jiu-Jitsu brasileiro e japonês?
A principal diferença entre Jiu-Jitsu brasileiro e o japonês está na ênfase direcionada pelas técnicas e pelo treinamento. Enquanto o Jiu-Jitsu Japonês oferece um repertório variado que inclui golpes, autodefesa e defesas com armas, o Jiu-Jitsu Brasileiro ou Brazilian Jiu-Jitsu foca em técnicas de luta no solo, destacando posições de controle, transições e finalizações.
Assim, o enfoque técnico do Jiu-Jitsu Japonês conta com um treinamento que pode incluir kata (formas predeterminadas de movimento) e práticas de combate controlado. Ao passo que o Jiu-Jitsu Brasileiro se estrutura em torno de sparring (rolamento) ao vivo, que é um combate simulado com resistência total dos oponentes.
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Outra diferença entre as práticas está na filosofia e cultura estabelecidas pelos praticantes. Enquanto no Jiu-Jitsu japonês a prática ainda está ligada a aspectos culturais e filosóficos das artes marciais tradicionais japonesas, como disciplina, respeito e etiqueta, além de práticas meditativas e de controle mental, o cenário é diferente na modalidade brasileira.
O Brazilian Jiu-Jitsu é considerado como mais informal nesses aspectos tradicionais, além de ter uma abordagem mais pragmática e competitiva. Assim, existem regras específicas para pontuação em torneios, com cintos e graduações baseados em desempenho e tempo de prática, com um foco claro no progresso competitivo. Desse modo, a cultura do BJJ valoriza a adaptabilidade, a inovação técnica e a eficácia prática em situações de combate real.
Qual é a diferença na competição entre Jiu-Jitsu brasileiro e japonês?
A competição também tem diferença entre Jiu-Jitsu brasileiro e japonês. No Brazilian Jiu-Jitsu, as competições se baseiam em lutas no chão, com foco em controle, varreduras e finalizações. Já na modalidade japonesa, as competições geralmente envolvem três fases: luta em pé, desequilíbrio do oponente e luta no chão. Existem modalidades como Fighting System, Duo System e Contact Ju Jitsu.
Quais são as principais modalidades do Jiu-Jitsu japonês?
Conheça algumas das modalidades regulamentadas pela Federação Internacional de Ju-Jitsu (JJIF):
- Duo System: nesta modalidade, dois praticantes executam técnicas de autodefesa selecionadas aleatoriamente por um árbitro. Desse modo, critérios como a precisão na execução da posição, eficácia, controle e outros aspectos são alvos de avaliação.
- Fighting System: esta competição se divide em três partes. Assim, inicialmente, os competidores usam golpes para tentar pontuar. Em seguida, quando um praticante agarra o outro, os golpes não são mais permitidos, e o objetivo é derrubar o oponente. Quando a luta vai para o solo, os competidores buscam finalizar com chaves ou estrangulamentos. Os pontos são concedidos por diversas técnicas ao longo da luta.
- Contact Ju Jitsu: é uma modalidade que enfatiza o contato físico e a aplicação prática das técnicas em um ambiente de combate controlado. Durante as competições de Contact Ju Jitsu, os competidores podem pontuar realizando técnicas eficazes e demonstrando controle sobre seus oponentes.
Quais são as principais técnicas do Jiu-Jitsu japonês?
E, abaixo, confira as principais técnicas que integram essas modalidades, Atemi Waza, Nague Waza e Ne-waza:
- Atemi Waza: técnicas de golpes ou ataques de percussão usadas no judô e outras artes marciais japonesas. Esses golpes são aplicados em áreas vulneráveis do corpo do oponente, como o rosto, a garganta ou as costelas, com o objetivo de desequilibrar, incapacitar ou distrair o oponente durante um confronto.
- Nague Waza: conjunto de técnicas de arremesso do judô e outras artes marciais japonesas. Essas técnicas envolvem projetar ou derrubar o oponente no chão, utilizando alavancas, movimentos de quadril e força centrípeta para superar a estabilidade do oponente e controlar a luta.
- Ne-waza: técnicas de luta no solo no judô e outras artes marciais japonesas. Durante o Ne-waza, os praticantes buscam dominar seu oponente no chão, aplicando chaves de articulação, estrangulamentos, imobilizações e escapes para conseguir vantagem e finalizar a luta. Essa parte do treinamento é essencial para desenvolver habilidades de combate em situações de confronto no solo.
Qual é a origem do Jiu-Jitsu no Brasil?
O Ju Jitsu, também conhecido como Jiu-Jitsu ou ainda Jujutsu, é uma arte marcial japonesa que se desenvolveu durante com os samurais do período feudal do Japão. A tradução literal de Ju Jitsu é “arte suave”, refletindo a filosofia de usar a força e o movimento do adversário contra ele mesmo. Assim, a premissa central do Ju-Jitsu é permitir que uma pessoa menor ou mais fraca se defenda eficazmente contra um adversário maior e mais forte.
Vale mencionar que o judô, esporte que se tornou modalidade olímpica, nasceu por intermédio do japonês Jigoro Kano em 1882. Kano se baseou nos princípios do jujutsu, analisou diversas escolas até incorporar suas melhores técnicas. Não somente o judô, mas artes marciais menos conhecidas como o Aikidô e o Hapkidô também tiveram origem com base nos princípios do Jiu-Jitsu.
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No início do século XX, o Ju-Jitsu chegou ao Brasil por Mitsuyo Maeda, um artista marcial japonês que emigrou para o país. Maeda ensinou o que sabia aos irmãos Carlos e Hélio Gracie, que, por sua vez, ensinaram aos demais familiares. A partir de 1920, a família Gracie começou a modificar o Ju Jitsu, adaptando-o às suas necessidades e criando uma nova forma de Jiu Jitsu, conhecida como Jiu Jitsu Brasileiro (BJJ).