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Técnicos da Seleção Brasileira: os treinadores que fizeram história no comando do time

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Em 1914, a Seleção Brasileira de Futebol foi oficialmente criada. Neste 110 anos de história, ela se tornou um dos times mais temidos do futebol em todo mundo, além de ser a única equipe pentacampeã mundial. Mas você sabe quem eram os técnicos da seleção em suas conquistas? E quantos técnicos a equipe canarinho já teve? 

Confira a seguir algumas curiosidades sobre este importante posto na seleção e a história de alguns dos técnicos mais marcantes no comando da equipe verde e amarela.

Quem foi o primeiro técnico da seleção brasileira?

Criada em 1914, a seleção do Brasil não tinha uma pessoa com a única responsabilidade de comandar o time taticamente falando. Na verdade, até o ano de 1922, não havia um profissional específico no papel de técnico do time do Brasil. Isso porque uma comissão técnica composta por diferentes pessoas e profissionais era quem treinava os jogadores. 

O primeiro técnico propriamente dito veio somente em 1923. No mesmo ano, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) passou a integrar o quadro de confederações filiadas à FIFA. Na época, coube a Chico Netto, que já havia feito parte das comissões anteriores, o posto de primeiro técnico da Seleção Brasileira. 

Em 1925, Joaquim Guimarães assumiu o cargo, mas não ficou por muito tempo, sendo substituído por Ramón Platero no mesmo ano. Na sequência, em 1930, Píndaro de Carvalho ficou no papel de treinador da canarinho. Entre os anos de 1931 a 1934, Luís Vinhaes era o técnico da seleção brasileira, seguido de Ademar Pimenta, que ficou à frente do time entre 1936 e 1938. Carlos Nascimento foi o treinador em 1939 até que Silvio Lagreca assumiu em 1940, mas Jayme Barcello acabou o substituindo no mesmo ano. 

Os técnicos do século passado

De 1940 até o ano 2000, o time verde e amarelo mudou de técnico mais de 30 vezes. Ou seja, nesse período, entre nomes inéditos e outros que se repetiram ao longo dos anos, atuaram como técnicos do Brasil os seguintes profissionais:

TécnicoAno de atuação
Ademar Pimenta1942
Fávio Costa1944 a 1950 | 1955 | 1956
Zezé Moreira1952 | 1954 a 1955
Aymoré Moreira1953 | 1961 a 1963 | 1967 a 1968 | 
Osvaldo Brandão1955 | 1957 | 1975 a 1977
Vicente Feola1955 | 1958 a 1960 | 1964 a 1966
Teté1956
Sylvio Pirillo1957
Pedrinho1957
João Saldanha1969 a 1970
Mário Jorge Zagallo1970 a 1974 | 1994 a 1998
Cláudio Coutinho1977 a 1979
Telê Santana1980 a 1982 | 1985 a 1986
Carlos Alberto Parreira1983 | 1991 a 1994
Eduardo Coimbra1984
Evaristo de Macedo1985
Carlos Alberto Silva1987 a 1988
Sebastião Lazaroni1989 a 1990
Falcão1990 a 1991
Vanderlei Luxemburgo1998 a 2000

Os técnicos da Seleção Brasileira no século 21

A chegada de um novo milênio trouxe junto um novo treinador para o time verde e amarelo. Emerson Leão assumiu a Seleção interinamente em 2001, saindo após Felipão ficar com o posto até 2002. Entre 2003 e 2006, no entanto, Parreira retornou ao comando, deixando o cargo para Dunga, que permaneceu como técnico até 2010.

Em seguida, para a alegria e tristeza da nação corintiana, 2010 foi o ano em que Mano Menezes rescindiu com o Timão para assumir a Seleção Brasileira.  Contudo, a relação durou pouco e em 2012 ele deixou o cargo. Em 2013, Felipão voltou, mas por apenas um ano. Então, foi a vez de Dunga voltar também, permanecendo um pouco mais: entre 2014 e 2016.

Entre 2016 e 2022, Tite fez uma campanha cheia de altos e baixos como técnico da Seleção Brasileira. Assim, o ano de 2023 viu outros dois técnicos assumiram interinamente o posto: Ramon Menezes e Fernando Diniz. Por fim, no começo de 2024, a CBF anunciou Dorival Júnior como novo técnico da seleção brasileira

Os treinadores icônicos da Seleção Brasileira

Nestes 110 anos de história da seleção canarinha, alguns nomes marcaram profundamente o coração dos torcedores. De Vicente Feola e a conquista do primeiro título à Tite, passando por Dunga, vários técnicos da seleção jamais serão esquecidos. Relembre a seguir alguns deles:

Vicente Feola e a Primeira Conquista em 1958

Os torcedores do São Paulo sem dúvidas guardam um carinho ainda mais especial por Vicente Feola, visto que o treinador teve uma passagem marcante pelo clube. Quem o visse na lateral do campo poderia pensar que ele não tinha como ser um bom técnico. Afinal, um homem de mais de 100 quilos, que chegava a dormir durante algumas partidas, poderia não parecer confiável.

No entanto, era com seus métodos que Feola destacava seus jogadores em campo. Foi ele, por exemplo, que mudou Zagallo de posição. Mas Vicente ficou marcado por brigar com João Havelange para levar Pelé – que na época estava lesionado – para disputar a Copa do Mundo de 1958.

Assim, não apenas o jogador revelado pelo Santos se tornou um dos principais nomes daquele mundial, como a seleção foi campeã de uma Copa do Mundo pela primeira vez. E tudo sob a batuta de Vicente Feola.

Carlos Alberto Parreira, para sempre tetra

O Brasil tem, ao todo, cinco estrelas em seu brasão, representando os cinco títulos mundiais que conquistou. Contudo, uma lembrança que ainda está viva na memória de toda uma geração foi o tetracampeonato de 1994. Para muitos, a sensação é de que nunca o futebol brasileiro esteve tão vivo quanto naquela época. 

O Brasil viajou aos Estados Unidos sob o comando de Carlos Alberto Parreira, em sua segunda passagem pela seleção. Foi Parreira quem reuniu estrelas em ascensão como Romário e Ronaldo a jogadores já consagrados como Branco, Cafu, Raí e Viola. E foi com esse time que o país pode, enfim, soltar o grito de “é campeão” após um jejum de mais de 20 anos sem títulos.

Zagallo, o supersticioso campeão como jogador e como coordenador técnico

Impossível falar de Seleção Brasileira sem mencionar Mário Jorge Zagallo. Primeiro, porque ele foi, ao lado de Pelé, um dos nomes mais importantes na conquista do primeiro campeonato mundial da seleção, lá em 1958.

Segundo, porque décadas depois ele voltou a ganhar uma Copa do Mundo, mas agora, como coordenador técnico. Zagallo fez parte da equipe que Parreira montou para disputar o Mundial de 1994 e estava presente no dia em que o Brasil levantou a taça. Mas vale destacar que, por muito pouco, ele também não foi penta. Isso porque em 1998, na Copa do Mundo da França, a seleção chegou até a final do campeonato sob seu comando. Mas, infelizmente, perdeu para a anfitriã do torneio.

A polêmica atuação de Dunga na seleção

Alguns torcedores mais ferrenhos da Seleção Brasileira preferem esquecer o período em que Dunga esteve à frente da equipe. Sem nunca ter tido nenhum tipo de experiência como técnico, ele assumiu o comando do time entre 2006 e 2010. 

Por um lado, Dunga colocou “ordem na casa” e deu uma boa arrumada na seleção que parecia sem foco após a derrota na Copa do Mundo de 2006. Por outro, porém, foi extremamente criticado pelas escolhas em termos de jogadores, deixando de dar oportunidade a atletas que mostravam bom desempenho em campo e convocando nomes que deixaram a desejar em campo com a camisa verde e amarela. Vide o caso de Neymar e Ganso que ficaram de fora da Copa de 2010 enquanto Kléberson e Josué embarcaram rumo ao Mundial.

No entanto, o fracasso na Copa se somou à derrota olímpica de 2008 e à insatisfação da torcida. Assim, Dunga foi demitido do cargo. Outro detalhe pelo qual o técnico ficou marcado foram as roupas que ele usava durante as partidas. Sempre com estampas extravagantes, as camisas do treinador também causavam polêmica e dividiam opiniões.

Tite, Dorival Júnior e a difícil missão dos técnicos de levantar a Seleção Brasileira novamente

Entre erros e fracassos, a Seleção Brasileira deixou de ser a potência que era antes – ao menos aos olhos de seus rivais em campo. E coube a técnicos como Tite e, agora, Dorival Júnior, resgatar a época áurea do time. 

Tite assumiu em 2016 e ficou marcados por momentos decepcionantes. A queda diante da Bélgica na Copa de 2018 e a perda para a Argentina na final da Copa América de 2020 foram fatais para ele. No entanto, a derrota diante da seleção da Croácia nas quartas de final do Mundial de 2022 foi o golpe final na trajetória dele como técnico do time.

Com a moral da equipe em baixa, Dorival assumiu a seleção em janeiro de 2024. A princípio, ele criou boas expectativas na torcida. No entanto, o Brasil não chegou nem nas semifinais da Copa América. Mesmo em amistosos, a seleção não apresentou o futebol com o qual a torcida estava acostumada. Assim, a missão de resgatar o time segue.