Falta cada vez menos para os Jogos Olímpicos Paris 2024. A tocha olímpica já está percorrendo os cinco continentes enquanto os atletas estão cada vez mais focados, de olho nas medalhas. E para os fãs de esportes aquáticos, as disputas de natação nas Olimpíadas prometem grandes emoções!
É um tanto quanto impossível precisar quando os homens começaram a nadar. Há registros que remontam à História antiga, como pinturas rupestres. A modalidade também fez parte do treinamento de soldados no Japão medieval e no século XIX, um britânico atravessou a nado o estreito entre Europa e Ásia.
Aliás, foi no mesmo século que as piscinas surgiram, e a modalidade passou de uma refrescante diversão para um esporte oficialmente competitivo. Isso porque, em 1837 foi formada a National Swimming Society of Great Britain (Sociedade Nacional de Natação da Grã-Bretanha, em tradução livre), responsável por organizar os primeiros torneios.
A história da natação nas olimpíadas
Das modalidades presentes no programa olímpico atual, a natação, assim como o atletismo, é uma das poucas que esteve presente em todas as edições dos Jogos Olímpicos modernos. Em Atenas 1986, as provas eram disputadas ao ar livre, na baía de Zea.
Na época, ocorreram apenas eventos no estilo livre. As competições de nado peito e costas entraram para o programa em 1904, nas Olimpíadas de St. Louis. Foi somente em Londres 1908 que as disputas passaram a acontecer em piscinas, mesmo ano em que a Federação Internacional de Natação, hoje conhecida como World Aquatics, foi criada.
Em 1912, em Estocolmo, as mulheres conquistaram seu espaço e passaram a disputar as provas de natação nas Olimpíadas – muito embora nadassem em apenas duas categorias. E em 1952, em Melbourne, na Austrália, começaram as disputas de nado borboleta.
Hoje, homens e mulheres disputam categorias idênticas. E, nas Olimpíadas de Tóquio 2020, pela primeira vez, houve uma prova mista: o revezamento 4x100m medley.
As categorias e estilos da natação olímpica
O programa olímpico de natação possui seis diferentes provas, com distintas modalidades. São elas:
Livre: 50m, 100m, 200m, 400m, 800m e 1.500m.
Costas: 100m e 200m.
Peito: 100m e 200m.
Borboleta: 100m e 200m.
Medley (quatro estilos): 200m e 400m.
Revezamentos: 4x100m livre, 4x200m livre, 4x100m medley e 4x100m medley misto.
Em relação aos estilos na natação, existem quatro deles:
Nado livre: qualquer movimento de pernas e braços é permitido nessa prova. Contudo, os atletas costumam optar pelo chamado crawl, em que braços e pernas batem de forma alternada.
Estilo costas: como o nome sugere, o atleta nada de costas, com pernas e braços batendo alternadamente, como se fosse um crawl invertido.
Nado peito: é um estilo mais lento e um pouco mais cansativo que os anteriores. Isso porque braços e pernas precisam estar dentro da água o tempo inteiro, em movimentos circulares simultâneos a fim de dar o impulso ao atleta.
Nado borboleta: é uma espécie de variação do nado peito, contudo nele, os braços giram de forma paralela ao corpo, realizando movimentos circulares saindo da água. É o estilo de nado mais veloz.
A diferença entre a categoria medley individual e os revezamentos medley é que, na primeira, um mesmo atleta nada quatro diferentes estilos, na seguinte ordem: borboleta, costas, peito e livre. Já nos revezamentos, uma equipe de quatro atletas se divide, com cada nadador cumprindo um trecho e um estilo de nado.
Neste caso, a ordem dos estilos é diferente do medley individual:costas, peito, borboleta e livre. Isso acontece porque o nado de costas é o único em que o atleta começa dentro da piscina.
Aspectos técnicos da natação nas Olimpíadas
Independente da prova disputada pelos nadadores, elas ocorrem em uma piscina de 50m de comprimento por 25m de largura, dividida em oito raias com 2,5m de largura e espaços de 40cm em relação às bordas da piscina. A profundidade mínima deve ser de dois metros.
Além disso, a arena deve dispor de cordas com bandeiras/bandeirolas localizadas a uma altura entre 1,8m e 2,5m da superfície da água e a cinco metros de distância de cada cabeceira da piscina.
Aço inoxidável revestido de borracha antiderrapante forma o chamado bloco de partida, de onde, como o nome indica, o nadador começa a prova. Com uma inclinação de 10°, ele mede 50cm x 50cm e fica a 75cm do nível da água. Ele possui ainda um sensor para indicar se o competidor queimou a largada, ou seja, pulou na piscina antes da autorização do árbitro.
Já em relação ao uniforme, na natação olímpica e competitiva, em geral, ele é bem simples. Homens usam shorts e as mulheres, maiôs, ambos de tecido elástico. Há a opção de sunga para a categoria masculina, mas poucos nadadores optam por ela. Touca, óculos de proteção e protetores de ouvido completam o traje. Protetores de nariz também são liberados pelas regras.
Curiosidades sobre o esporte
Desde os primeiros Jogos Olímpicos em 1896, em Atenas, até hoje, a tecnologia evoluiu bastante. Com ela, alguns avanços bem curiosos também aconteceram com a natação nas Olimpíadas.
Por exemplo: já reparou que as braçadas dos nadadores praticamente não produzem ondas nas piscinas? Isso porque existem mecanismos que impedem essa agitação excessiva da água durante as competições.
Já nas bordas da piscina existem placas com sensores que medem o tempo de cada volta. Há também os que indicam com precisão de centésimos de segundo os tempos finais dos nadadores, indicando aquele que foi mais rápido.
No caso raríssimo de dois atletas empatarem em uma disputa, os dois sobem ao pódio em primeiro lugar e recebem a medalha de ouro. Nesta situação, a medalha de prata não é entregue e o nadador que chegou em seguida ganha o bronze. O mesmo ocorre caso o empate ocorra na segunda ou terceira posição.
Nem todo mundo sabe, mas touca não é obrigatória. Entretanto, ela ajuda a reduzir o atrito com a água. Também com a finalidade de diminuir o atrito e ganhar alguns centésimos de segundo a mais, é comum os nadadores depilarem todos os pelos do corpo.