Um esporte pouco conhecido pelo público mas que virou parte do programa olímpico no passado é o softbol, ou softball. A modalidade não chegou a fazer tanto sucesso no Brasil, todavia, existem torneios juvenis no masculino e, principalmente, no feminino. Ele chega a lembrar do beisebol em determinados momentos, com algumas diferenças. A história do softbol, aliás, está ligada diretamente a esse que é um dos esportes mais populares dos Estados Unidos.
Mas afinal, qual é essa ligação? Leia o texto a seguir para entender mais da história do softbol, a presença do esporte nas Olimpíadas e o desempenho do Brasil na categoria.
O início da história do softbol
O criador do esporte foi o americano George Hancock, repórter do jornal Chicago Board of Trade.
Diz a história do softbal que George, no Dia de Ação de Graças de 1887, estava no Farragut Boat Club, em Chicago, esperando saber o resultado de uma partida de futebol americano que acontecia entre atletas Yale e Harvard. No local, com ele, estariam também estudantes das duas universidades. Depois que a partida se encerrou e souberam do resultado, viram que do lado de fora do Farragut estava chovendo bastante e não iriam conseguir sair.
Sendo assim, os universitários quiseram brincar entre si para passar o tempo. Um dos que estudava em Yale tirou da sua mochila uma luva de boxe e a enrolou em forma de bola. Após isso, jogou ela do outro lado da sala para os estudantes de Harvard até que alguém rebateu ela com um taco improvisado (vassoura). Essa ação fez com que Hancock imaginasse um esporte semelhante ao beisebol, mas que pudesse também ser disputado em espaços fechados.
Diferenças para o beisebol
Como citado antes, por mais que a história do softbol seja ligada ao beisebol, existem diferença entre os dois esportes. No softbol, a bola é maior e mais macia, além de as distâncias existentes entre o rebatedor e o arremessador serem menores. Ademais, o arremesso precisa ser feito de baixo para cima com o punho e o cotovelo alinhados.
No que se refere ao número de entradas também existem diferenças, no beisebol são nove enquanto no esporte criado por George são apenas sete. Algo que, consequentemente, torna o softball mais rápido e dinâmico, com uma natureza mais acelerada.
Por fim, também é preciso apontar que ambas as modalidades podem ter diferentes jogadores. No beisebol, são estritamente nove atletas que podem estar presentes em campo. Já no softbol esse número pode chegar a dez dependendo do estilo que for o jogo.
A história do softbol nas Olimpíadas
Nos Jogos Olímpicos, a história do softbol foi introduzida nas Olímpiadas de Atlanta, em 1996, como uma modalidade feita exclusivamente para que as mulheres pudessem jogar, ao contrário do beisebol, que era somente praticado por homens.
O softbol esteve presente, até agora, em cinco edições dos Jogos: 1996, 2000, 2004, 2008 e 2020. Os Estados Unidos é a equipe que mais faturou medalhas de ouro, com três no total, seguido pelo Japão, com duas. Isso, novamente, é um ótimo paralelo a se fazer com o beisebol, já que os dois países são também dois dos mais tradicionais nessa outra modalidade.
Vale destacar também que, em Paris 2024, o softbol está fora da lista de esportes no programa do COI (Comité Olímpico Internacional). Todavia, a tendência é que ele retorne em 2028, já que os jogos serão feitos em Los Angeles (EUA).
Equipamentos utilizados
Antes de se entrar em um campo do softbol, é preciso ter os equipamentos adequados para tal. Em toda a história do softbal, os atletas que atuam em partidas profissionais utilizam-se de:
- Bola: possui cerca 184 gramas e 30 cm de diâmetro;
- Luva: elas são de couro e utilizadas para apanhar a bola em questão;
- Tacos: geralmente tem 87 cm, é de alumínio e servem para bater na bola;
- Capacetes e protetores de rosto: obrigatórios para quem atua no ataque.
A história do Softbol no Brasil
Já que agora você entendeu mais sobre a história do softbol e algumas das regras, é importante destacar o desenvolvimento do esporte em território brasileiro.
Ele começou a ser praticado em São Paulo, no início do século 20, e o primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade ocorreu no ano de 1936. Os responsáveis por trazê-lo foram os ingleses, todavia, a cultura japonesa que acabou tendo maior contanto com a modalidade. Algo que também aconteceu com o beisebol.
Segunda informa a CBBS (Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol), a primeira equipe de softbol do país foi formada na Capital Paulista. O time era composto, nada menos, do que pelas mulheres dos jogadores de beisebol do time paulistano.
Atualmente, existem times masculinos e femininos no país e várias categorias, juvenis e adultas, todas organizadas pela CBBS. Alguns clubes de destaque incluem:
- Cooper Clube;
- Nikkey Curitiba;
- Nikkey Marília;
- AMS Maringá.
Principais atletas da história do softbal
Da mesma forma que ocorre em todos os esportes coletivas, há alguns atletas que acabam se sobressaindo na modalidade e obtendo performances melhores do que a maioria. Dentre alguns nomes na história do softbol é possível destacar:
Lisa Fernandez
A atleta, que nasceu na Califórnia, atuava na posição de arremessadora e é uma das jogadoras mais conhecidas no esporte em toda a história do softbal. Lembrada pelos seus feitos com a Seleção Americana, Fernandez possui, ao todo, quatro medalhas em Jogos Olímpicos: três de ouro (1996, 2000 e 2004) e uma de prata (2008).
Ademais, a ex-jogadora não deixou de atuar dentro da modalidade. Atualmente, Fernandez é treinadora da equipe de UCLA, local onde foi revelada e começou sua trajetória.
Cat Osterman
Outra atleta que deixou seu nome na história do softbal foi a arremessadora Cat Osterman. Nascida em Houston, no Texas, ela jogou três Olimpíadas e ganhou três medalhas: duas de prata (2008 e 2020) e uma de ouro (2004). Além disso, já foi quatro vezes campeã da NPF (National Pro Fastpitch), principal Liga de Softbal dos Estados Unidos.
Jessica Mendonza
Por fim, Jessica Mendonza é outra que está marcada. Natural da Califórnia, assim como Lisa, a defensora também teve enorme sucesso por seu país. No geral, conquistou duas medalhas em Olimpíadas, um ouro em 2004 e uma prata em 2008, além duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2003 e 2007.
Atualmente faz sucesso nos EUA como comentarista de jogos da MLB (Major League Baseball) na ESPN.
