É de se esperar que todos saibam como a conquista de direitos das mulheres foi um processo longo, árduo e definitivamente nada fácil. Ainda mais que essa luta ainda não acabou, afinal, muitas ainda buscam a igualdade salarial, inclusive no meio esportivo.
Ou, então, lutam contra todas as adversidades que encontram no caminho simplesmente por serem mulheres, a fim de chegar nos mesmos lugares que homens alcançaram. Muitas vezes, estes conseguiram de forma mais fácil, mas, definitivamente, não por terem mais talento; e sim, pela sociedade ter sido moldada ao longo da história por eles e para eles.
Para se ter uma ideia, nos Jogos Olímpicos, por exemplo, a presença feminina ocorre desde a segunda edição, nas Olimpíadas de Paris em 1900. Porém, representavam apenas 2,2% do total de atletas — 975 homens e apenas 22 mulheres.
Felizmente, hoje em dia as mulheres já são 50% dos atletas no evento. Por outro lado, essa conquista só veio neste ano (2024), quase 130 anos depois de a primeira mulher competir nos Jogos.
De 1900 para cá com certeza é um longo caminho. Assim, foi em 1932, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, que Maria Lenk também marcou a trajetória feminina nas Olimpíadas, sendo a primeira mulher brasileira a competir no evento.
História de vida
Maria Lenk era filha de imigrantes alemães que vieram para o Brasil em 1912 e nasceu em São Paulo, em 1915. A atleta aprendeu o idioma de seus pais lendo a revista Der Schwimmer, sobre natação. Porém, a prática do esporte começou no Rio Tietê por um motivo bem surpreendente: a cura de uma pneumonia dupla.
Com isso, seu pai a lançava nas águas do rio, que eram limpas na época, com ela presa por uma vara de alumínio e amarrada pela cintura, a fim de que nadasse e criasse resistência pulmonar.
A partir disso, aos 15 anos, já praticava a natação como um esporte. A partir daí, iniciou sua carreira de atleta.
Maria Lenk foi campeã sul-americana dos 100 e 400 metros livre, 100 metros costas e 100 e 200 metros peito.
Além disso, aproximou-se bastante do recorde mundial e olímpico dos 200 metros peito. Aliás, chegou a superar o recorde dos 100 metros — porém, o que teria sido o primeiro recorde mundial de um atleta brasileiro não teve homologação na Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
Participação de Maria Lenk nos Jogos Olímpicos
A atleta participou dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1932 nas provas de 100 metros costa, 200 metros peito e 100 metros livre, mas não conquistou nenhuma medalha.
Depois disso, voltou para os Jogos Olímpicos de Berlim em 1936 e competiu nos 200 metros peito, mas também não chegou a ganhar medalhas. A atleta definitivamente estaria em outras edições, mas a Segunda Guerra Mundial cancelou as Olimpíadas de 1940 e 1944.
Por fim, Lenk faleceu enquanto nadava em seu treino nas dependências do clube social do Flamengo, aos 92 anos, em 2007. Hoje, ela é um verdadeiro legado no esporte brasileiro.
